terça-feira, 11 de setembro de 2012

Teoria e Pratica da Cor


DECORAÇÃO E DESIGN DE INTERIORES
TEORIA DA COR

1ª Parte

I - CONSIDERAÇÕES GERAIS
A cor é um fenômeno primordial, onipresente. Está em toda parte, interessa a todos.

VEGETAÇÃO

A maioria das plantas é verde porque depende da clorofila pigmentada para a fotossíntese. A clorofila proporciona energia ao absorver as radiações vermelhas, amarelas, azuis e violetas da luz solar e ao refletir em troca, as verdes. Por serem estacionárias, elas tem que atrair o maior número de insetos, para realizar a polinização. Portanto a cor e o cheiro, são fatores de atração. Pigmentos

• Carotenóides - são vermelhos, laranja e amarelo, e aparecem no outono, quando a clorofila que contém as folhas verdes se decompõe. Dão cor a algumas flores e atuam na proteção dos tecidos da planta dos danos da radiação atmosférica.

• Antocianinas – cor das folhas purpúreas de outono e das flores da gama de cor azul e vermelho. Sua missão é proteger os tecidos das plantas dos altos níveis de radiação e possivelmente também dos efeitos perniciosos das deficiências minerais.

Cores dos animais
• Estratégia da natureza para assegurar a sobrevivência dos mais bem dotados.
• Os insetos e pássaros que depositam o pólen nas flores e dispersam as sementes, tem também, suas cores próprias.
• As variações que observam nas cores e que utilizam para detectar as plantas que lhes servem de alimento, são utilizadas também para detectar e reconhecerem-se uns aos outros.
• Função de camuflagem ou de exibição.

Pigmentos
Há diferentes formas de hemoglobina, a proteína mais complexa e que constitui o pigmento que dá cor ao sangue, à pele.

• melanina, que dá cor negra aos animais, aparece na tinta preta que
utilizam os polvos e lulas. Na pele humana atua como filtro para a
radiação solar.

Teoria da cor - 6
O homem inicia a conquista da cor, ao iniciar a própria conquista da condição humana.

• elementos naturais da flora e da fauna para colorir e ornamentar o corpo, utensílios, armas e paredes das cavernas: esfrega, tritura flores, sementes, elementos orgânicos e terras corantes. A observação o leva a utilizar matérias calcinadas para tingir de preto.

• busca os óleos minerais, animais e vegetais para fixar os corantes.

• com o acúmulo de conhecimento, enriquece sua subjetividade, e a cor serve para abrilhantar os atos religiosos, comemorativos, guerreiros e fúnebres
• primeiros códigos cromáticos, dando a cada cor um significado, que passa a ter significação variada em povos e épocas diferentes.

PRÉ HISTÓRIA:

Os homens adornavam suas cavernas com pinturas policromáticas: tons fortes de vermelho, ocre e outras cores terrosas, além do branco, preto e mais raramente o verde e o azul. 3 pigmentos: ocre vermelho, amarelo e manganês; em algumas pinturas mais recentes, utilizaram também o barro do solo da gruta como
pigmento Na arte da grutas, temos muitos casos de matizes delicados, que sugerem o uso de um tipo de pincel, talvez de pele ou de musgo.

O estudo das suntuosas grutas de Altamira e Lascaux, revelou que o homem do paleolítico não utilizava apenas a cor para valorizar seus desenhos e objetos ou para atribuir-lhes um significado místico, mas também, para tirar partido dos efeitos de luz e sombra sobre a volumetria natural das cavernas, revelando uma sensibilidade espacial desenvolvida. O vermelho e o preto, cores que simbolizavam a vida e a morte, foram utilizadas pela primeira vez pelo homem de Neanderthal para enfeitar a tumba de seus mortos, sendo também empregados pelos seus sucessores, para decorar obras de arte. As cores tinham um caráter simbólico e mágico.

EGITO
As maiores contribuições foram deixadas pelo Egito, principalmente na cerâmica, onde foi introduzida a cor como elemento plástico.
• faixas negras – obtidas com a queima da palha, pois a fuligem penetrava no barro ainda úmido
• cor vermelha – óxido de ferro
• azul – tirada de sais de cobalto encontrado em regiões próximas. Foram os primeiros a utilizar o vidrado na cerâmica. Os elementos constituintes do vidro, a areia, a soda ou potassa e o carbonato de cal, existem
naturalmente nas praias com algas marinhas. Utilizaram o vidrado também, nos metais. Primeiro corante: azul, que utilizava o cobalto contrastando com o azul esverdeado do cobre. O antimônio produzia o amarelo, o ferro um verde ou marrom amarelado e um excesso de colorante, o preto. Primeiros a empregar a técnica do afresco. Faziam a mistura de duas cores para produzir a terceira. Cores utilizadas: preto, vermelho, ocre, azul, branco de cal, verde, lém dos laminados de bronze e ouro. As cores eram usadas chapadas, sem gradação, limitadas por contornos, realisticamente, com intenção narrativa e decorativa, em pinturas, desenhos e inscrições em louvor aos guerreiros, e faraós; aparecem em templos e palácios, tumbas e residências. Os materiais usados na arquitetura eram pintados de modo simbólico, sendo o “vermelho do homem, o amarelo do sol, o púrpura da terra, o azul da verdade e o verde da Natureza”. Os pisos dos templos egípcios eram verdes para representar a fertilidade das várzeas do Nilo, enquanto o azul pontilhado de estrelas era usado nos tetos para representar o cosmos, como mais tarde se fez nas abóbadas das catedrais góticas.

CHINA
Pintavam as muralhas de Pequim de vermelho e os tetos das casas de amarelo. O vermelho representava uma afirmação de poder e de espiritualidade positiva, enquanto o amarelo era usado como camuflagem contra os maus espíritos, já que essa era a cor que os representava. Cerâmica Importante porcelana branca, e as porcelanas coloridas das diferentes dinastias.

Laca
Surge da necessidade de proteção à madeira. Produto preparado com o suco recolhido de uma árvore, extremamente resistente ao tempo e à umidade, utilizado não só sobre madeira, como também no metal. O brilhante lustre final, resultante de várias camadas (até 30), rivaliza com qualquer material vidrado.

Cores mais utilizadas: laranja claro e o amarelo esverdeado, utilizando ocres; as cores mais correntes eram o vermelhão obtido do cinábrio, uma substância que os chineses apreciavam muito, e o negro do óxido de ferro. A laca possibilitava incisões e incrustações, proporcionando uma maravilhosa fonte de cores; utilizava-se preferentemente como material qualquer objeto brilhante: madrepérola, concha marinha e metais preciosos em forma de lamina, de pó, de fragmentos. O jade, o marfim, o coral, a malaquita, a esteatita, e inclusive a porcelana, foram embutidos na laca, assim como o ouro e a prata.

Nos 3000 anos de sua história, a laca evoluiu de uma categoria meramente prática à ornamental e artística, sendo utilizada em objetos de todos os tamanhos e formas. Os chineses nas suas construções preferiram a madeira à pedra, (por ser um dos elementos chave da filosofia chinesa, unicamente a madeira poderia
honrar os deuses). As colunas e as vigas eram pintadas, e a decoração policroma se estendia até as bordas do telhado, cujos azulejos de cerâmica de forma semicircular eram verdes, azuis, púrpura, ou nas residências imperiais, amarelo.

GRÉCIA
Em meados do séc. XVIII, arqueólogos revelaram que o uso da cor em certos elementos das ordens arquitetônicas (capitéis, colunas, triglifos, frisos), bem como na estatuária, funcionava como meio de enfatizar a volumetria e valorizar a forma, além de corrigir distorções da percepção visual. Além disso, descobria-se a relação entre as cores utilizadas e sua simbologia, fator que era explorado pelo caráter narrativo e mitológico desses conjuntos escultórico-arquitetônicos. Dessa forma, o azul era associado à verdade e à integridade. O branco representava a virgindade e a pureza. O vermelho representava o amor e o sacrifício.
Nos monumentos públicos as cores eram utilizadas tanto por dentro como por fora, para maior glória de seus deuses. Os templos gregos estavam ricamente pintados e reluziam como jóias sob os claros céus helênicos. O mármore do Parthenon estava adornado de brilhantes cores verdes, azuis e roxos, pois celebrar os sucessos divinos em cores gloriosas, era tão essencial para o templo como as colunas que o suportavam. Os gregos desenvolveramm ainda as técnicas da têmpera e do afresco, garantindo maior durabilidade à pintura e aos revestimentos, e ainda para corrigir irregularidades da pedra e protegê-la contra a ação das intempéries. Cores: semelhantes às egípcias, aparecendo também o violeta em murais na técnica do afresco, na cidade de Creta. Além do contraste de complementares, usavam também, diversas tonalidade da mesma cor.



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